As crescentes tensões das relações interpessoais têm, em boa medida, um enquadramento de género. Os estereótipos de género estão, ainda, muito presentes na
sociedade portuguesa, marcando também de forma negativa os relacionamentos. A escola tem um papel importante neste contexto, como reconhecido por
especialistas da área, como Júlio Machado Vaz (vide Podcast Antena 1 “O impacto da pandemia na violência doméstica”), devendo contribuir para a construção
de representações de masculinidade e de feminilidade menos estereotipadas. As BE não podem estar à margem desta problemática devendo dar um contributo
importante nesta desconstrução. Ao fazê-lo, estão também a contribuir de forma sustentada para o ODS 5. “Igualdade de género”, neste caso, com enfoque no
“esbatimento” das diferenças não biológicas de género e não tanto apenas no empoderamento feminino.
Acresce, ainda, que se tem vindo a verificar uma crescente degradação da saúde mental dos jovens, com aumento de sintomas de ansiedade e de depressão,
fruto do contexto pandémico (estudo do ISPUP constata que, em 2021, quase metade dos estudantes apresentaram sintomas de depressão moderada a grave). A
criação de ambientes e de projetos que contribuam para o esbatimento destes estereótipos e a redução destes sintomas constitui para as BE uma oportunidade de
intervenção